ELEIÇÕES E A NOSSA VELHA CULTURA
POLÍTICA
Mais
um ano de eleição e, certamente, apesar dos escândalos políticos, da corrupção
que assola a nação, da indignação da maioria dos cidadãos, o voto, mais uma
vez, deverá ser ignorado pela maioria dos eleitores, como importante mecanismo
de melhoramento da vida em nosso Município, estado e país. Isto por que a
escolha de candidatos para ocupar cargos eletivos, em regra, sustenta-se na velha cultura político-eleitoral,
qual seja, a grande maioria do eleitorado, vota motivado por 02 fatores
principais, sendo eles:
I.
relação interpessoal
do eleitor com o candidato, ou seja, nível de amizade e/ou parentesco; e/ou
II.
interesse pessoal em
ganhar alguma coisa, vende-se o voto por um favor no passado, uma promessa no
futuro ou algo parecido.
Entretanto,
é preciso construir uma nova cultura política para eleger qualquer candidato a
cargos eletivos, esta cultura deve ter como motivo principal para votar em um candidato:
I.
o conhecimento formal
do candidato (formação escolar da pessoa) pois ocupar qualquer cargo público,
exige-se um mínimo conhecimento do
candidato no campo educacional, devendo no mínimo saber calcular, ler, escrever
e interpretar textos;
II. a experiência
pública, privada e/ou social do candidato, como por exemplo: exercício de empregos,
cargos ou funções públicos ou privados; liderar movimentos sociais
(associações, igrejas, sindicatos, etc...);
III. o comportamento
ético e moral, ou seja, o candidato respeita as pessoas, as instituições e as
regras sociais?
IV.
apresentação de uma
proposta de trabalho realmente viável, com a qual o candidato possa se
comprometer em seu mandato caso seja eleito.
Sabe-se que, em todas
as eleições, a queixa do eleitor
tem sido a
mesma, não muda - “os políticos não prestam” - Isto ocorre porque ele só
consegue ver as consequências do problema, e não suas causas, que são os
motivos (velho cultura política) que o levam o eleitor a votar em um candidato.
Diante disto, pergunta-se: que compromisso
o candidato irá ter com sua real função se, em tese, elegeu-se não para cumprir
uma função pública eletiva, mas por conta da sua relação interpessoal ou, pior
ainda, pelo candidato ter comprado, de alguma forma, a consciência do eleitor?
Insistir no velho modelo de eleger
candidatos a cargos eletivos é reforçar um verdadeiro desvirtuamento das
funções do Estado (Município, Estado, Distrito Federal e União), qual seja, que
o Estado existe para servir a grupos políticos e não a todos os cidadãos, ou
seja, a coletividade.
Continuar elegendo candidatos com base
na velha cultura político-eleitoral, colocará o eleitor em situação semelhante
ao paciente fumante, sedentário, com obesidade mórbida e que vai ao médico
solicitando uma medicação para que possa manter o mesmo estilo de vida que vem
levando. O máximo que vai conseguir é sair de lá com um atestado de óbito
devidamente preenchido, aguardando, apenas, pela data.
Diz o parágrafo único do art. 1º da
nossa Constituição Federal: “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio
de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”. Este
poder é o poder do voto... o qual, utilizado da maneira correta é capaz de fazer uma
enorme revolução sem armas.
Por, Luis Marcos dos Santos.
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