terça-feira, 14 de agosto de 2012


ELEIÇÕES E A NOSSA VELHA CULTURA POLÍTICA

Mais um ano de eleição e, certamente, apesar dos escândalos políticos, da corrupção que assola a nação, da indignação da maioria dos cidadãos, o voto, mais uma vez, deverá ser ignorado pela maioria dos eleitores, como importante mecanismo de melhoramento da vida em nosso Município, estado e país. Isto por que a escolha de candidatos para ocupar cargos eletivos, em regra,  sustenta-se na velha cultura político-eleitoral, qual seja, a grande maioria do eleitorado, vota motivado por 02 fatores principais, sendo eles:
     I.        relação interpessoal do eleitor com o candidato, ou seja, nível de amizade e/ou parentesco; e/ou
   II.        interesse pessoal em ganhar alguma coisa, vende-se o voto por um favor no passado, uma promessa no futuro ou algo parecido.

Entretanto, é preciso construir uma nova cultura política para eleger qualquer candidato a cargos eletivos, esta cultura deve ter como motivo principal para votar em um candidato:
      I.        o conhecimento formal do candidato (formação escolar da pessoa) pois ocupar qualquer cargo público, exige-se um mínimo  conhecimento do candidato no campo educacional, devendo no mínimo saber calcular, ler, escrever e interpretar textos;
     II.       a experiência pública, privada e/ou social do candidato, como por exemplo: exercício de empregos, cargos ou funções públicos ou privados; liderar movimentos sociais (associações, igrejas, sindicatos, etc...);
   III.       o comportamento ético e moral, ou seja, o candidato respeita as pessoas, as instituições e as regras sociais?
  IV.       apresentação de uma proposta de trabalho realmente viável, com a qual o candidato possa se comprometer em seu mandato caso seja eleito.

Sabe-se que, em todas as eleições, a queixa do eleitor tem sido a mesma, não muda - “os políticos não prestam” - Isto ocorre porque ele só consegue ver as consequências do problema, e não suas causas, que são os motivos (velho cultura política) que o levam o eleitor a votar em um candidato. Diante disto,  pergunta-se: que compromisso o candidato irá ter com sua real função se, em tese, elegeu-se não para cumprir uma função pública eletiva, mas por conta da sua relação interpessoal ou, pior ainda, pelo candidato ter comprado, de alguma forma, a consciência do eleitor?

Insistir no velho modelo de eleger candidatos a cargos eletivos é reforçar um verdadeiro desvirtuamento das funções do Estado (Município, Estado, Distrito Federal e União), qual seja, que o Estado existe para servir a grupos políticos e não a todos os cidadãos, ou seja, a coletividade.

Continuar elegendo candidatos com base na velha cultura político-eleitoral, colocará o eleitor em situação semelhante ao paciente fumante, sedentário, com obesidade mórbida e que vai ao médico solicitando uma medicação para que possa manter o mesmo estilo de vida que vem levando. O máximo que vai conseguir é sair de lá com um atestado de óbito devidamente preenchido, aguardando, apenas, pela data.

Diz o parágrafo único do art. 1º da nossa Constituição Federal: “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”. Este poder é o poder do voto... o qual, utilizado da maneira correta é capaz de fazer uma enorme revolução sem armas. 

Por, Luis Marcos dos Santos.

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