domingo, 13 de janeiro de 2013

'Estamos no processo final de combate ao incêndio', diz brigadista


Adroaldo Vasconcelos, brigadista voluntário diz que são 2 mil ha atingidos.
Ele diz que provavelmente no domingo todos já poderão descer da serra.


CHAPADA DIAMANTINA; bahia (Foto: Elói Correa/Agecom)

Avião na sexta-feira (11) chegou para combater o fogo (Foto: Elói Correa/Agecom)


G1 conversou no fim da manhã deste sábado (12) com o brigadista voluntário Adroaldo Vasconcelos, que disse que o combate ao incêndio na região da Chapada Diamantina está chegando ao fim. “Estamos no processo de resclado, finalizando o combate. Provavelmente amanhã [domingo], já podemos tirar todo mundo da serra”, afirmou o brigadista.

O incêndio atinge parte da Chapada Diamantina desde a segunda-feira (7). Na sexta-feira (11) o Governo do Estado e o Governo Federal enviaram apoio estrutural e físico. Um avião e um helicóptero foram disponibilizados para o combate, assim como 30 homens do Corpo de Bombeiros e 60 homens Instituto Socioambiental Chico Mendes (ICMBIO). Os mais de 60 brigadistas voluntários receberam equipamentos como botas, macacão, luvas, capacete e óculos, além de alimentos para as equipes.

“Ainda existe muita fumaça, mas não tem labareda. O tempo deu uma amenizada e uma leve garoa ajudou bastante. O clima mudou de ontem de tarde para noite, o que deu uma amenizada no calor”, disse. Vasconcelos disse ainda ao G1, que aproximadamente 2 mil hectares foram atingidos pelo fogo entre as Serras de Sobradinho e dos Cristais.  “A imagem de satélite mostra 1.200 hectares atingidos, essa diferença se dá porque a imagem de satélite não mostra os relevos, ela é plana. Por isso calculamos aproximadamente 2 mil hectares. No meio dessas duas serras  temos o Vale do 21, onde tivemos a maior perda da flora e fauna”, completa.
CHAPADA DIAMANTINA; BAHIA (Foto: Elóis Correa/Agecom)Avião abastecendo tanque de transporte de água
(Foto: Elóis Correa/Agecom)
Combate na sexta-feira
Revezando as equipes, os guias da associação do Capão percorreram uma hora e meia, em várias viagens, para manter a linha de combate e evitar a propagação das chamas no Morrão. “A gente salvou o Morrão. O fogo chegou bem perto de queimar, ao lado. Hoje lá já amenizou, mas mudou a direção para a cachoeira do 21”, explica Tairo Augusto Ribeiro, chefe da brigada voluntária do Capão. Na sede da associação, cerca de 15 mulheres ficam de plantão preparando a alimentação para enviar ao mato.

Cada um da equipe carrega uma mochila com 20 litros de água e um abafador.  "Foi arriscado, a gente é voluntário, botamos a vida o máximo em risco. Aqui é o nosso lugar, estamos protegendo a natureza. É chamar Deus e ir", disse Tario Ribeiro, em seu descanso entre as já 100 horas de combate às chamas, período em que se deparou com muito animal morto, a exemplo de cobra, macaco, mico, largato, borboleta e passarinho, conforme descreve.
Apoio
Um helicóptero e um avião foram disponibilizados para ajudar no enfrentamento, realizado ainda pelos técnicos do Instituto Socioambiental Chico Mendes e 30 bombeiros militares. Quatro carros estão no local para apoio em terra.
CHAPADA DIAMANTINA; BAHIA (Foto: Elói Correia/Agecom)Brigadistas recebem equipamentos para combate
ao fogo (Foto: Elói Correia/Agecom)
Segundo o secretário do Meio Ambiente, Eugênio Spengler, outras aeronaves devem chegar até o início da próxima semana para auxiliar o combate ao fogo. “Vim para sobrevoar e verificar in loco, como está o incêndio aqui na Chapada. Agora estamos tendo uma visão mais clara da dimensão do fogo”, afirmou.

Pedido de socorro
Segundo o brigadista voluntário Adroaldo Vasconcelos, em entrevista na quinta-feira (10), o foco se alastra de forma muito rápida e o combate está se tornando cada vez mais difícil. "O cheiro dos animais mortos queimados é muito forte. Aqui nós não temos helicóptero, temos apenas a força de vontade dos brigadistas voluntários, além de um pequeno grupo do Corpo de Bombeiros e do Instituto Institucional Socioambiental Chico Mendes (ICMBIO)", afirmou.

Vasconcelos disse que a grande dificuldade é levar a água das nascentes dos rios até os focos de incêndio. "Temos que procurar as nascentes dos rios com o conhecimento dos brigadistas, já que muitos são guias no local, e depois levar essa água até os focos. Às vezes levamos de carro e muitas vezes transportamos a pé. O helicóptero chegaria em minutos e precisamos desse apoio de forma urgente", revelou.
Reunião
Uma reunião que aconteceu no fim da manhã desta sexta-feira, na cidade de Lençóis, definiu a estratégia para o combate ao fogo na localidade. O encontro contou com o coordenador do Corpo de Bombeiros, com o secretário de Meio Ambiente, assim como representantes do ICMBIO e brigadistas voluntários.

“A reunião foi para pensarmos uma melhor estratégia para combater as chamas. Vamos investigar se o incêndio é criminoso ou não, já que nesse período do ano, não é costumeiro o incêndio na região”, afirmou o secretário Eugênio Spengler. Foi definida a necessidade de planejar o ano de 2013 para antecipar as ações de combate às queimadas.

Segundo Instituto, incêndio é de grandes proporções (Foto: Talos Silva)
Fogo destrói parte da Chapada Diamantina desde a segunda-feira (7) (Foto: Talos Silva)
incêndio chapada diamantina bahia (Foto: Fabiana Carvalho/ Arquivo Pessoal)Brigadistas voluntários, assim como equipe do Corpo de Bombeiros e do ICMBIO trabalham em conjunto para apagar completamente o fogo  (Foto: Fabiana Carvalho/ Arquivo Pessoal)
incêndio chapada diamantina bahia (Foto: Fabiana Carvalho / Arquivo Pessoal)

Nenhum comentário:

Postar um comentário